quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Nossos jovens e o ambiente escolar


Nossos jovens e o ambiente escolar

 

                Ao vivenciarmos as novas formas de mobilidade, lazer, interatividade e aprendizagem mediadas por tecnologias digitais, questionamos se esta escola, tanto no que se refere ao que ensina como à forma como ensina, está adequada aos tempos atuais, ou se está muito aquém do mundo no qual o jovem e a escola estão inseridos (OWEN, GRANT, SAYERS & FACER, 2006).

Pensemos como há mais de um século buscávamos e adquiríamos conhecimento, informações e lazer. As pessoas liam folhetins, jornais, deslocavam-se às salas de concerto ou de espetáculos para terem acesso a tudo isso.  As transmissões de rádio e televisão, assim como as gravações de discos e posteriormente a introdução de alguns aparelhos em nossos lares: vídeo cassetes, CDs, DVDs etc. trouxeram o entretenimento de massas para dentro de cada casa. Nos últimos anos, a Internet causou uma segunda revolução, permitindo que as pessoas criassem o seu próprio entretenimento através de software e aplicativos. As pessoas criam seus vídeos e postam. A informação agora pode ser posta à discussão em fóruns abertos, os conteúdos são colocados ao mundo. Nunca nossas vidas foram tão observadas e monitoradas. Há um século, as crianças vestiam seus uniformes e seguiam às escolas para participarem de aulas formais em um ambiente formal onde sentavam umas atrás das outras em fileiras e recebiam instrução de um professor que exigia silencia para que houvesse um processo de aprendizagem conveniente e eficaz. Hoje. Interessante! Hoje, ainda fazem o mesmo!

                  Devemos nos questionar quais as razões que levam as escolas a se manterem no século anterior e o porquê da educação ser assim tão resistente à mudança. As tecnologias móveis e sem fios vêm transformando o conceito de aprendizagem ao mudarem o modo de aprender e pesquisar. Knight (2005) As competências de que necessitamos atualmente estão relacionadas com o ser capaz de distinguir fontes de informação fidedignas das que não têm credibilidade. O fato de estar cercado por conhecimento e informações não quer dizer que tudo que vemos, lemos e interpretamos é realmente aquilo que se propõe a informar ou ensinar. Saber filtrar seria uma capacidade de suma importância no século XXI. Ferreira (2009) “assim como filtrar, resumir e analisar criticamente diferentes fontes de informação.” Shuler ( 2009) “Hoje em dia já se fala de um letramento com mobilidade no sentido da necessidade de desenvolvimento de competências voltadas ao móvel”.  Como os usuários farão a gestão da ubiquidade e pervasividade diante dos seus dispositivos móveis.  Não podemos negar que o uso de tantos aparelhos móveis facilitam uma gama de habilidades digitais essências para o desenvolvimento de competências digitais e tecnológicas que incorporam tarefas colaborativas vitais na sociedade contemporânea que se caracteriza pela globalização e midiatização (FERREIRA, 2009). Contudo, chegamos sempre ao mesmo denominador, uma vez que pesquisas e literatura disponíveis nos apontam que a prática escolar ainda não favorece a obtenção e desenvolvimento das tais competências digitais e tecnológicas. A escola ainda não oferece respostas adequadas aos desafios colocados pelas práticas digitais criativas e pelas competências de comunicação que têm sido desenvolvidas pelos jovens no dia-a-dia. Estas práticas permitem um grau de personalização muito maior do que as experiências de aprendizagem em contexto escolar (FERREIRA apud GREEN, FACER, RUDD, DILON & HUMPHREYS, 2005).

              Em outro momento do texto, dialogávamos sobre como as práticas de muitos jovens difere da realidade escolar. Parece que algumas instituições ingenuamente não se deram conta do perigo que correm separando e distanciando o cotidiano dos alunos da realidade da vivência e rotina dos mesmos na escola. Drotner (2008) “Como é que as práticas e experiências digitais dos jovens influenciam as suas atitudes relativamente à aprendizagem e práticas educacionais?” Muito interessante o diálogo que o autor propõe em relação às práticas dos jovens e das escolas. Quais são os momentos de conflito. Se há e o porquê de tais conflitos. Como está a situação das atividades, do suporte de aprendizagem que a escola oferece e a reação dos discentes. Até que ponto as práticas devem ser adequadas aos jovens? Dialogando com o autor sobre a importância dessa aproximação e o papel das tecnologias e mídias em relação às pessoas, eu escrevi:

 
“É importante ressaltar suas interações perceptivas, emocionais, cognitivas e comunicativas com as pessoas. Além disso, ela apresenta uma lógica e uma linguagem bem singular. É conveniente apontar que as mídias interferem em nossa forma de pensar, agir, em nossos relacionamentos e ainda adquirimos conhecimento. As TIC são vistas como complementos, companhias, como continuação de espaço de vida.”    ( BARROS, LUIGI e TAVARES , 2011)    
 

 

 

 

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