domingo, 27 de novembro de 2011

The Captain de mon coeur

Captaine de mon coeur

il a eu un jour où je vous ai connu, pour l'aspect et l'aspect... il a eu un problème que j'aie craint ! dans la vérité il est celui dedans que je le commence, il n'a pas été assorti à votre visage, mais c'était un commencement... d'un histoire qui ne finit jamais ! problèmes derrière des problèmes, ils m'avaient gêné pour vous aimer, mais c'étaient mes problèmes, qu'ils n'é...taient jamais arrivés pour finir. une jolie relation. il serait ! donc personne ne dirait, cela dans le profond qu'il estropierait vous. il ne vous a pas voulu toujours à magoar donc a été blessé, J'ai voulu vous aimer... mais mon âme a été désespérée ! vous en fleur vieillit une rose, pas pour l'épine, mais oui pour le pétale étonnant ! donc derrière de cette douleur, le sourire était un, d'un homme, il comment a seulement voulu donner à l'amour et à l'affection...

THE PHOENIX HAS MY HEART

THE PHOENIX ON YOUR BODY

The Phoenix came into my life again... The Phoenix I imagined had gone slowly and smoothly showed its strength and beauty... I'm stuck ! Seduced by the path once pavimented with pain and despair...The Phoenix carved on your body in ink like The Maoris do comes in my direction in a shape of words straightforward to my vain weakness... Crossing the sky of my life deeply in... solitude...The artificial images took from the Phoenix and put before my eyes from lands where it has flown above - North, South and East... The fake Phoenix designed on your body released the beast from inside my guts again... From nowhere came the sound of the voice of the magnificent bird which entered my body from the ears and took out the two last rings of the chain of my liberty... Not only did it make the passion flow again, but also made me see that the Phoenix is a myth... And how can a mortal understant the absence of a myth... Of the Phoenix...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MOBILE LEARNING - definições.





Para falar sobre aprendizagem através de tecnologias da informação e comunicação, é essencial discutir algumas definições que estão sendo utilizadas erroneamente na comunidade educacional. O termo e-learning, por exemplo, tem apresentado várias concepções. O “e” é visto como eletrônico, ou mesmo, como aprendizagem online, através de tecnologias digitais . Ainda é visto no meio empresarial como instrução baseada por computador ou instrução baseada na internet( PACHLER ; DALY, 2011).
Outro termo que aparece é o blended learning que consiste numa prática onde as atividades realizadas através dos computadores são integradas com atividades “face-to-face”.
Para avançar na análise, o JISC (2004) define e-learning como aprendizagem facilitada e suportada através do uso de tecnologia da informação e comunicação. Várias tecnologias podem estar envolvidas no processo, como:
• Desktop e laptops
• Softwares
• Lousas interativas
• Câmeras digitais
• Dispositivos móveis e sem fio, incluindo os aparelhos celulares
• Ferramentas de comunicação eletrônica: e-mails, fóruns, chats e vídeo conferência
Trata-se de uma nova modalidade de formação, capacitação e reforço de comunicação que utiliza os dispositivos móveis (telefones celulares, MP3 players, PDAs, Tablets e outros) como meios facilitadores e distribuidores de conhecimento e práticas educacionais. O Mobile Learning tem adquirido bastante atenção também no campo da aprendizagem informal assim como nos fala (COOK et al. 2008a). A aprendizagem com mobilidade tem chamado a atenção de praticantes e pesquisadores em todo o mundo (PACHLER ,BACHMAIR e COOK , 2010).
O M-learning não levará muito tempo, será muito mais representativo no nosso meio educacional. É um campo vasto a ser explorado e que requer pesquisa e experimento. Hoje, ainda incipiente no Brasil, mas campo bastante difundido na Inglaterra, onde surgiram as primeiras pesquisas e logicamente, nomes de destaque, como Norbert Pachler, Ben Bachmair e John Cook.
Recursos como os celulares, MP3 Players, PDAs e laptops têm sido objetos de várias pesquisas no meio acadêmico pelas possibilidades que oferecem no processo de ensino-aprendizagem. Esses instrumentos fortalecem o “mobile learning” que compreende a possibilidade de aprendizagem com mobilidade. Ao mesmo tempo que oferecem uma vasta possibilidade de usos, surge uma questão longe ainda de ter um fim, ou seja, como o sistema educacional absorverá tantas mudanças e necessidades dos indivíduos? De acordo com Pachler, 2010, muito do que é estudado, pesquisado, produzido sobre o MB continua espalhado, apresentados em seminários, conferências, contudo, não publicados de forma acadêmica, por hora em páginas pessoais e em blogs. Poucos livros têm sido publicados até então, tais como (e.g. Kukulska-Hulme
e Traxler 2005; Metcalf 2006; Pachler 2007; Ryu e Parsons 2008; Ally 2009;
Vavoula et al. 2009), e muitos dos que existem são muitas vezes coleções e contribuições de vários pesquisadores e estudiosos da área. Lembrando que a contribuição tem cunho muito mais técnico que realmente de uso pedagógico nesse campo.
o início dos experimentos com dispositivos móveis data da década de 1990. A primeira fase esta focada primordialmente em como algumas ferramentas, em particular PDAs, tablets, laptops e celulares podem ser usadas em um contexto educacional de aprendizagem para transmissão de conteúdo e treinamento. Segundo Perry (2003) apud Pachler, Bachmair, and Cook (2010), Nesta mesma época na Inglaterra , um projeto de pesquisa entre 150 professores em 30 escolas foram destribuídos alguns dispositivos móveis, principalmente PDAs que é mobile learning
1) contextualizar mobile learning no mundo (segundo capítulo de Norbert, contextualizar mobile learning no Brasil.
2) Caracterizar a importância do mobile (sua importância, aplicabilidade, importancia, uso de câmera, uso de foto, pgs, mp3)
3) Discutir a teoria de Norbert (agent, practice, structure)


O uso das novas ferramentas tecnológicas no ensino de língua estrangeira tem crescido significativamente nos últimos anos nas escolas públicas.
1) Aprendizagem móvel:
2) Ensino de língua inglesa:
3) Habilidade da fala:

Várias teorias têm buscado respostas para esse novo campo educacional, o Mobile Learning. Quando pensamos em teoria da aprendizagem, três abordagens têm despertado interesse de pesquisadores há muito tempo: Behaviorismo, Cognitivismo e o Construtivismo. Dentre essas, o construtivismo tem exercido uma forte influência em nossa sociedade.
Siemens (2008) defende que a aprendizagem está fora e dentro do sujeito. O autor defende o Conectivismo que considera que o conhecimento está literalmente distribuído através de conexões.
Pachler, Bachmair e Cook (2010) propuseram um modelo conceitual para Mobile Learning visualizado em termos ecológicos como parte de contextos sócio-culturais e pedagógicos em transformação. Os autores estabelecem que o processo de aquisição de conhecimento está envolvido a partir de múltiplos contextos. A proposta é desenhada em três aspectos:
Componentes chaves da Teoria Ecológica Sócio-cultural

AGENTE - ESTRUTURAS - PRÁTICAS CULTURAIS

Explicitando o eixo Agente, percebe-se nos jovens novos hábitos de aprendizagem, onde o ambiente se apresenta com um grande potencial para desenvolvimento. Apresenta o usuário capaz de agir com autonomia no mundo. Em relação as práticas culturais, a interação social, a comunicação e o compartilhamento tem sido bem significativo, tanto dentro como fora do espaço escolar. As estruturas apresentam as novas estratificações sociais, a massificação da comunicação e o novo currículo educacional que provoca novas possibilidades de aquisição de conhecimento.
As tecnologias móveis, também denominadas Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e sem Fio (TIMS), aparecem no Brasil como instrumento direcionado para o campo dos negócios. Pesquisas iniciais demonstram que há indícios de aplicabilidade na área acadêmica, não chegando necessariamente nas escolas e universidades.




NEAMPE - Núcleo de Estudo sobre Aprendizagem com Mobilidade de Pernambuco.
Edson Lourenço(Especialista em Língua Inglesa)
Ênio Tavares (Mestrando em Ciências da Linguagem e especialista em Língua e
Literatura Inglesa)
Marcos Barros (Doutorando em Educação e Mestre em Educação. Especialista em
Tecnologia na Educação)

Sobre o NEAMPE-Núcleo de Estudos sobre Aprendizagem com Mobilidade de Pernambuco.

Há um bom tempo, temos assistido a avanços tecnológicos que, inevitavelmente, têm afetado o nosso dia a dia. Não paramos e analisamos o quanto nossas vidas mudaram nos últimos 10 anos. Somos mais exigidos, somos mais exigentes com tudo. Produzimos mais e quase não se fala mais no movimento slow, que dizia que uma tendência entre os trabalhadores seria reduzir o pique de produção e horas de trabalho. Como essa tendência não se concretizou, mais e mais, precisamos de auxílios tecnológicos para nos ajudar e facilitar nossos compromissos diários, entre eles, nossos compromissos educacionais – escolas regulares, cursos de línguas, faculdades, etc. O nosso grande intuito no NEAMPE é estudar formas de facilitar a aprendizagem em um mundo em profunda evolução digital. Negar à educação esses recursos e não descobrir nos inúmeros aplicativos disponíveis funções educacionais, seria como voltar no tempo e negar à humanidade as facilidades que os celulares trouxeram às nossas vidas.
Levado por uma curiosidade inerente a nossa espécie, há alguns anos – exatamente 15 anos, tenho tentado incorporar a minha prática como professor de língua inglesa as mídias e toda sorte de recursos tecnológicos que possam ajudar o meu aluno a querer participar mais da aula e sentir-se agente no processo de construção da sua aprendizagem de forma mais significativa.
Diante do quadro que expus nos parágrafos acima, uma realidade me chama bastante a atenção, a aprendizagem com mobilidade, ou M-learning de mobile learning. Trata-se de uma nova modalidade de formação, capacitação e reforço de comunicação que utiliza os dispositivos móveis (telefones celulares, MP3 players, PDAs, Tablets e outros) como meios facilitadores e distribuidores de conhecimento e práticas educacionais.
O M-learning não levará muito tempo, será muito mais representativo no nosso meio educacional. É um campo vasto a ser explorado e que requer pesquisa e experimento. Hoje, ainda incipiente no Brasil, mas campo bastante difundido na Inglaterra, onde surgiram as primeiras pesquisas e logicamente, nomes de destaque. Pachler, Bachmair e Cook (2010) propuseram um modelo conceitual para Mobile Learning visualizado em termos ecológicos como parte de contextos sócio culturais e pedagógicos em transformação. Os autores estabelecem que o processo de aquisição de conhecimento está envolvido a partir de múltiplos contextos.

Mas as possibilidades que essa forma de aprendizado móvel descortinam são muitas:
• Acesso em qualquer lugar, com possibilidade de melhor utilização do tempo;
• Diversidade de aparelhos e plataformas a custos baixos;
• Redução de custos em logística para o deslocamento de pessoas para um ambiente comum (sala de aula);
• Maior interatividade entre os envolvidos, com possibilidade de trocar referências instantaneamente;
• Possibilidade de acessar o conteúdo a qualquer hora, tornando a ferramenta uma arma a favor da aprendizagem.
Ênio Tavares.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O USO DO GÊNERO VIRTUAL BLOG - relato de experiência em aulas de inglês.




O USO DO GÊNERO DIGITAL BLOG FACILITANDO A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA (LE).

*Ênio L.C. Tavares é mestrando em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco. Especialista em Língua Inglesa , Literatura em Língua Inglesa e Psicopedagogia. Graduado em Letras pela Universidade Católica de Pernambuco.


Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir a responsabilidade e utilização do blog no contexto educacional, no processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa. Demonstrar que este gênero digital pode e deve ajudar a desenvolver as habilidades dos alunos e promover integração social entre os mesmos. Trata-se do envolvimento dos alunos com a cultura de vários países, especialmente a culinária. Os alunos são os responsáveis pela elaboração, confecção e manutenção do blog, o professor, pela monitoria. Eles escrevem textos ligados ao projeto relatando as impressões e informações pertinentes sobre os países e a culinária dos mesmos. Eles visitam os blogs dos colegas e comentam os trabalhos usando a língua alvo. Tão importante quanto criar a autonomia e autoria dos textos, é a interação social que o blog causa entre os alunos. Ao longo do projeto, deve-se deixar claro que o trabalho com a autoria dos textos traz responsabilidade social, pois o aluno-sujeito é responsável pelo que escreve. Como já tinham trabalhado com diversos aspectos culturais de inúmeros países, dentre eles, a culinária, ficou estabelecido que cada grupo escolheria um país para si, devendo escolher um prato que mais representasse aquele país. Foram 03(três) turmas, cada turma com 20(vinte) alunos, 5(cinco) grupos de 4(quatro) alunos pesquisando hipertextos. Os grupos tiveram 10(dez) dias para elaborar todo o projeto. No 11º (décimo primeiro) dia souberam a ordem das apresentações através de sorteio. As apresentações começaram no 12º.(décimo segundo) dia. Os alunos prepararam os pratos em sala, compartilharam receitas (gênero textual) e informações pertinentes sobre a cultura dos países e reportaram tudo no blog; tiveram um prazo de uma semana a partir das suas apresentações. Como resultado positivo, pontua-se a participação de 100% dos alunos. Todos os grupos apresentaram receitas e traços importantes da cultura dos países e levaram as impressões dos trabalhos para os blogs, juntamente com um breve relato das experiências e as referidas receitas. Logo, houve saldo positivo para o trabalho com o gênero textual receita, para a habilidade oral, enriquecimento de vocabulário específico e prática da autoria utilizando o gênero digital blog. Na verdade, o diário eletrônico serviu de estímulo constante ao longo de todo o projeto. O relato dos alunos ratificou o fato de ser o uso de gêneros digitais estimulante e desafiador para a aprendizagem e ensino de uma língua estrangeira.

PALAVRAS-CHAVE: NOVAS TECNOLOGIAS . GÊNEROS VIRTUAIS . BLOG.

Introdução

Ao longo de inúmeras décadas, o ensino de língua estrangeira (LE) nas escolas regulares foi considerado como tendo um papel secundário na formação discente, senão terciário (LOPES, 2002). Por muitos anos a língua inglesa foi vista apenas como instrumento para leitura de clássicos como Shakespeare, Emily Dickinson, Charles Dickens, entre outros. Por exemplo, não se despendia atenção necessária à forma como essa língua era ensinada, muito menos, a função exercida pela língua na vida dos alunos.
Com os anos 90 , a globalização impulsiona uma expansão em número de escolas de línguas e pesquisas na área que atribuíram à LE a importância devida frente à necessidade de comunicação entre países para fins político-econômicos e, consequentemente, socioculturais (VESENTINI, 1996). Pesquisadores buscaram encontrar uma abordagem de ensino que visasse a uma aprendizagem efetiva e significativa de uma língua para fins de comunicação real.
Deslumbramos, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de algumas novas Tecnologias da Informação e da Comunicação que são responsáveis por criar novas formas de convivência e interação entre as pessoas. O computador conectado à internet, ganha espaço no comércio, indústria, nas escolas e em nossos lares. Usados até então, principalmente, para fins econômicos, o computador e a internet alcançam nossos filhos, sobrinhos e alunos e os inserem na nova realidade virtual, onde tempo e espaço são infinitos. Onde nasce uma nova forma de utilizar a escrita e a leitura. O próprio Crystal nos remete ao uso “do discurso eletrônico” quando explica sobre a Netspeak (CRYSTAL, 2001).
O uso do weblog, ou mesmo blog, como é mais conhecido atualmente, tem tomado proporções gigantescas em todo o mundo. Talvez, pela facilidade de uso das ferramentas, ou simplesmente pelo apelo emocional que um diário virtual pode causar ou quem sabe, pelo simples fato de ser instigante, constante e não gerar ônus para o usuário, nada além da conexão à rede que pode ser feita, hoje em dia, de inúmeros lugares, inclusive sem custo. Seja realmente qual for o motivo, é interessante e extremamente necessário começar a dar mais atenção ao uso pedagógico das ferramentas tecnológicas, mídias e gêneros digitais.
Depois do email , o blog é o gênero digital mais utilizado por “blogueiros” em todo o planeta. Os blogs têm movimentos constantes, sempre atualizados, contanto que assim queira o autor. Eles têm função específica e estrutura própria. Os diários eletrônicos, como também são conhecidos, são extremamente bem aceitos. Segundo palavras de Xavier (2010, p. 72), os blogs funcionam como um diário pessoal na ordem cronológica com anotações diárias sobre a pessoa, sua família e seus gostos. Trata-se de um Big Brother da internet dinâmico, interativo e instigante. (grifo do autor) (idem, p.72)
Fazer o aluno mergulhar nesse universo das mídias digitais e fazer uso dos gêneros digitais em sala são, simplesmente, formas de derrubar barreiras - muros que separam a vida deles fora da escola e universo escolar. Lembrando que para muitos estudiosos dos gêneros digitais, os blogs poderão tornar-se as formas mais populares de escritos pessoais.(SARTORI FILHO, 2001).
O problema que motiva o projeto é como tornar possível a junção de gêneros textuais, virtuais emergentes e os já consolidados como gêneros virtuais, dentre eles, o blog. A partir do momento que os alunos escrevem receitas e buscam informações na net, eles fazem um passeio por entre gêneros diferentes. Os alunos são os responsáveis pela elaboração, confecção e manutenção do blog, o professor o monitora ao longo do projeto. O aluno escreve textos ligados ao projeto relatando as impressões e informações pertinentes sobre os países e a culinária. O aluno visita o blog do colega e comenta os trabalhos usando a língua alvo. Tão importante quanto criar a autonomia e autoria dos textos, é a interação social que o blog causa entre os alunos. Também deixar claro para o aluno a responsabilidade da autoria dos textos, pois ele se torna o sujeito responsável pelo seu texto. Daí o caráter de responsabilidade social do blog.
Dentre os objetivos, destaca-se apresentar e discutir a já comentada responsabilidade e utilizar o blog no contexto educacional, no processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa. Demonstrar que este gênero digital pode e deve ajudar a desenvolver as habilidades dos alunos e promover integração social entre os mesmos.

Referencial Teórico
Pelo termo Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) compreendemos todos os recentes inventos do homem cujos objetivos mais relevantes são os de possibilitar a comunicação entre as pessoas e facilitar o acesso às informações disponíveis na rede mundial. De acordo com (PENNINGTON, 1996), (CRYSTAL, 2001) e (PAIVA, 2008), elas são as responsáveis por criar novas formas de interação humana, inserindo as pessoas em um novo ambiente chamado virtual.
Segundo (PAIVA, 2008) essa nova tecnologia é caracterizada por duas fases: Web 1.0 e Web 2.0. Entendemos a primeira como o período em que o internauta, ou usuário de internet, apenas consumia a gama de informações disponibilizadas na rede por órgãos ou simples usuários. Podemos dizer que não era nenhuma nirvana profetizada por Ted Nelson. Por outro lado, a segunda fase é ,ainda, a que estamos inseridos. Ela nos permite não só consumir, mas também produzir conteúdos diversos e divulgá-los nos ambientes virtuais. Permite que as pessoas socializem. A Web 2.0 é chamada de a internet participativa. E mais participativa ela fica com o crescimento de dispositivos móveis com acesso à rede. Além dos celulares 3G, PDAs que viraram objetos de desejo como o Blackberry, Iphone e Samsung Galaxy e transformam a web em rede a tiracolo ao prazer do usuário e de padrões de tecnologia móvel de segunda e terceira gerações. Dos vários gêneros e por suas características multimodais, destacamos dentro da Web 2, com base nos estudos de Teeler e Gray (2000), Crystal (2001), Garcia (2004), Souza (2006) e Paiva (2008): o e-mail e o blog. O Blog, como já citamos ser mais conhecido no Brasil, também chamado de página pessoal, refere-se a um diário eletrônico que permite a postagem de textos, imagens, vídeos, som, além de possibilitar a inserção de comentários.
A Web 3.0 é conhecida como uma internet semântica, na qual os sistemas poderão responder por si. Temos indícios já entre nós dessa nova geração. Quando há interação entre os “blogueiros” e os mesmos dialogam em uma janela de chat adicionada no blog e o usuário é levado a fazer modificações através de comentários de outros usuários, temos o início de uma interação. Apenas considerado o início de uma verdadeira revolução da web. Quando os sites acumulam resquícios de suas pesquisas e em pesquisas futuras são dadas opções de escolhas para você, isso é início de web 3.0 também (PEREIRA, 2005).
Existem dados com uma estimativa divulgada pela grande imprensa brasileira em agosto de 2002 que apontava para a cifra de 170.000 escreventes de blogs (OLIVEIRA, 2002). Em entrevista veiculada pela internet, Williams, um dos criadores do Blogger, afirmou que a cada dia há a inscrição média de dois mil novos usuários. Dados atuais, nos remetem a uma cifra astronômica de milhões e milhões de blogs sobre os mais variados temas (CASHEL, 2002). No mundo todo, acredita-se que já existam números chegando a quase 1 bilhão de escreventes de blogs. Todo esse material tem sido estudo da Análise do Discurso e de várias outras áreas das Ciências da Linguagem.
Todo esse material faz parte do dia-a-dia dos alunos e é obrigação nossa aproximar esse novo mundo riquíssimo de ideias e de transformações para a sala de aula.
(XAVIER, 2009) faz alusão às novas mídias afirmando que são verdades inegáveis. Não as utilizar é algo como dar as costas ao contemporâneo, como não viver no mundo atual. Como bem observou (SCHAFF, 1995): “fatos são fatos, não se podem descartá-los enfiando a cabeça no buraco como avestruz”. O próprio (XAVIER, 2010) nos chama a atenção para o fato de não introduzir mídias digitais apenas pelo simples fato de querer usá-las. Deve-se saber como, quando, por que e para quê. No caso dos gêneros virtuais, ou digitais, os usuários têm várias expectativas em relação à funcionalidade, praticidade e aplicabilidade e é através de projetos como o realizado com os alunos sobre a culinária de países de cinco continentes diferentes que exercitamos a fusão de gêneros textuais e virtuais e praticamos a autoria dos alunos.


Metodologia

Fabiana Komesu em seu artigo Blogs e as Práticas de Escrita sobre si na Internet, comenta que uma das principais características atribuídas aos suportes eletrônicos da internet é a questão da interatividade. Ela nos diz que se trata da interface entre o usuário e a máquina, mas também da possibilidade de contato entre o usuário e outros usuários, na utilização de
ferramentas que impulsionam a comunicação de maneira veloz, com a eliminação de barreiras geográficas. A noção de interatividade na internet pode ser assim associada à questão do tempo e à questão do espaço (MARCUSCHI, 2004).
Como já havíamos trabalhado aspectos relevantes sobre diversos países em aulas anteriores, não foi tarefa tão árdua escolher um país com o qual o grupo tivesse tido alguma afinidade. Foram 03(três) turmas. Cada turma com 20(vinte) alunos em um total por turma de 5(cinco) grupos de 4(quatro) alunos pesquisando hipertextos e empenhados em encontrar o prato perfeito. Os alunos tiveram 10(dez) dias para elaborar todo o trabalho. No 11º (décimo primeiro) dia souberam a ordem de apresentação através de sorteio com todos presentes. As apresentações começaram no 12º.(décimo segundo) dia.
O projeto focou no uso dos gêneros escritos e virtuais, na interação entre os alunos de 03 (três) turmas iniciantes de língua inglesa do Centro de Idiomas do SENAC Recife no período de 20 de abril de 2011 até o dia 24 de maio de 2011. O estímulo em manter um diário eletrônico com informações acerca da cultura de vários países foi o combustível para os inúmeros textos escritos pelos alunos. Os mesmos foram responsáveis pela elaboração, confecção e manutenção dos blogs, o professor os monitorou ao longo do projeto. Os alunos escreveram textos ligados ao projeto relatando as impressões e informações pertinentes sobre os países e a culinária que os marcava. Os alunos visitaram os blogs dos colegas e comentaram as impressões usando a língua alvo, o inglês. Ficou estabelecido que cada grupo escolhesse um país para si. Devendo escolher um prato que mais representasse aquele país.
Os alunos prepararam os pratos em sala, compartilharam receitas (gênero textual) e informações relevantes sobre a cultura do país. Cada grupo ficou responsável por reportar tudo no blog. Os alunos tiveram um prazo de uma semana a partir da sua apresentação para os últimos acertos.
Como é facilmente observado, o projeto teve cunho qualitativo e foi preferível seguir uma abordagem mais descritiva. Há mais trabalho de campo a bibliográfico, porém pontuando a existência do mesmo.

Resultados

Houve participação de todos os alunos envolvidos no projeto. Todos os grupos apresentaram receitas e traços importantes da cultura dos países e levaram as impressões dos trabalhos para os blogs, juntamente com um breve relato das experiências e as referidas receitas. Logo, houve um ganho quanto a habilidade escrita voltada ao gênero textual receita, assim também para a habilidade oral em língua inglesa, enriquecimento de vocabulário específico e prática da autoria em textos escritos utilizando o gênero digital blog. Na verdade, a criação do diário eletrônico contando todo o processo serviu não apenas como fio condutor, mas de estímulo constante ao longo de todo o trabalho. O relato dos alunos ratificava o fato de ser o uso de gêneros digitais estimulante e desafiador para a aprendizagem e ensino de uma língua estrangeira. (CARVALHO, 2009) diz que “cabe ao professor de idiomas o papel de explorar as possibilidades pedagógicas da Internet, em particular dos gêneros digitais, fazendo com que estes se tornem ferramentas eficazes para ensinar os alunos a se comunicarem em língua estrangeira.”
Alguns aspectos devem ser melhorados em próximos trabalhos com o gênero blog. Foi reportado por 10(dez) alunos que o trabalho não primava muito a habilidade do ouvir. Quando , na verdade, sabemos que todo o tempo ele tinha que trabalhar com os colegas se comunicando em língua inglesa. Faltou, certamente, um pouco de precaução e sensibilidade da parte do professor para deixar tal aspecto bem contextualizado e claro.
Como muitas vezes os trabalhos aconteciam em sala, encontramos dificuldade de conexão da internet móvel. O fato continua sendo um obstáculo em nosso país. Fica uma crítica a forma como as empresas ainda tratam a telefonia móvel 3G e como ainda somos reféns desses serviços.

Considerações Finais
O uso constante dos computadores e da internet demandam pesquisas de cunho social e, dessa perspectiva, o papel da linguagem torna-se central. O trabalho com BLOGS tem se popularizado e, não é recente, o apelo de vários pesquisadores para que as escolas regulares e de línguas insiram o estudo dos gêneros digitais nos conteúdos programáticos. Deixar essa oportunidade de interação e de enriquecimento social e intelectual à margem das nossas aulas é jogar fora material riquíssimo e a criatividade dos alunos. Houve satisfação por parte dos alunos quando viram seus textos, seus trabalhos valorizados e visitados. A grande questão do início do projeto foi respondida ao término. Sim, é possível trabalhar com gêneros textuais, emergentes e virtuais em concomitância com os conteúdos das turmas. Fica o desafio para inserir mais gêneros textuais e mesclá-los com outros gêneros digitais. Pois o trabalho envolvendo o hipertexto é multimodal e incita a criatividade. A convivência com os gêneros eletrônicos só tem a acrescentar na aprendizagem da leitura e escrita, desde que não se tornem únicos, mas estejam lado a lado dos outros tantos gêneros que sempre estiveram presentes na escola, na sociedade e no lar.
Com a prática de produção textual e reescrita de textos, o aluno aprende que a escrita é um processo, pelo qual eles podem explorar e descobrir seus pensamentos e ideias, e assim, produzir um texto de melhor qualidade porque estão envolvidos pessoalmente nos textos que produzem.
Os grandes teóricos da atualidade que estudam o uso das tecnologias na educação nos ensinam que não há perda em usar tais ferramentas e por conseguinte o uso de mídias digitais e gêneros digitais favorecem a aprendizagem e desenvolvimento das habilidades necessárias para ter fluência em uma língua estrangeira.

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O Relato de uma Experiência com E-mails em Aulas de Inglês.

* Janaína Luna
** Ênio L.C. Tavares



O USO DO E-MAIL COMO FERRAMENTA DE APOIO A PRODUÇÃO ESCRITA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA.

RESUMO
Destaca a importância dada aos estudos que relacionam os gêneros digitais e o ensino de línguas. Propõe-se a observar o uso do email como ferramenta pedagógica que pode auxiliar os alunos tanto em suas produções escritas como uma forma de ampliar conhecimentos e de se obter uma maior interação entre alunos e professor fora do ambiente escolar. O grupo escolhido foi composto por alunos de língua inglesa do nível elementar e básico. Por meio de emails, o professor orientou os alunos em suas produções textuais, complementou suas aulas em sala de aula com fichas gramaticais e manteve um diálogo interativo voltado para assuntos como comunicação e justificativa de faltas, esclarecimento de dúvidas, etc. Dentre outros aspectos positivos, destacam-se o uso do email como responsável pelo melhor desempenho na aprendizagem da língua inglesa e um estimulo ao estudo diário. As contribuições do email para o aprendizado de língua inglesa relacionam-se à percepção do professor em usá-lo como um instrumento de difusão e partilha de conhecimento.
PALAVRAS – CHAVE: e-mail. reescrita. gêneros digitais.
INTRODUÇÃO
O hipertexto está relacionado à própria evolução da tecnologia computacional quando a interação passa à interatividade, em que o computador deixa de ser binário, rígido e centralizador, para oferecer ao usuário interfaces interativas. O e-mail, um exemplo de hipertexto, ao ser usado como ferramenta pedagógica, além de ser uma maneira de promover a inclusão social, permite a comunicação entre grupos ou entre indivíduos, a sugestão de atividades complementares a aula, o armazenamento de arquivos, entre outros. Do ponto de vista educacional, a tecnologia se transforma em um meio necessário a propagação de conhecimento. Diante deste cenário ao utilizar o e-mail em uma aula de Língua Estrangeira, o professor traz um atrativo para a sua aula cujo objetivo é melhorar o nível de aprendizado do aluno. Ao estudar uma língua estrangeira deve-se ter em mente que ela abrange as quatro habilidades: Escrita, Fala, Audição e Leitura. A escrita eletrônica não veio para eliminar a escrita convencional, mas sim complementá-la. E aliada à prática da produção textual está também a prática da reescrita. Os alunos devem ter em mente que a reescrita é um processo de geração, formulação e refinamento das ideias que leva a um produto de alto nível de elaboração textual. A convivência com gêneros eletrônicos não podem ser considerados os únicos meios de aprendizagem, mas sim, estar lado a lado com os gêneros que sempre estiveram presentes na escola, na sociedade e no lar.
Há uma crescente importância dada aos estudos que relacionam os gêneros digitais e o ensino de línguas. Faz-se necessário observar que a utilização do computador e da internet pode servir tanto de recurso didático como de instrumento de interação e integração entre os aprendizes, professores e até mesmo os nativos da língua meta.
É preciso ter em mente que a internet pode ser um elemento ampliador das possibilidades de uso da língua e cabe ao professor de idiomas o papel de explorar essas possibilidades pedagógicas, em especial, os gêneros digitais, transformando estes em ferramentas eficazes para ensinar os alunos a se comunicarem em língua estrangeira.
Este trabalho surgiu da necessidade de se descobrir como o e-mail poderia ser utilizado como ferramenta de apoio ao aprendizado de uma língua estrangeira. O objetivo deste trabalho é mostrar que alternativas podem ser criadas em forma de atividades de escrita e reescrita, de handouts que complementem as atividades gramaticais dos assuntos dados em sala de aula e que o e-mail pode e deve ser utilizado para a aplicabilidade dessas atividades.
REFERENCIAL TEÓRICO
Como referencial teórico, a pesquisa partiu dos estudos realizados no âmbito dos gêneros textuais modernos, os hipertextos, por autores como Marcuschi e Antonio Xavier. Xavier (2005, p.208) entende hipertexto como "uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície formas outras de textualidade. Os gêneros textuais estão presentes em nosso cotidiano. “Esses apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal” (Marcuschi 2004). Diante desses gêneros e os que ainda estão por vir, faz-se clara a necessidade de tornar a sociedade cada vez mais interativa social e pessoalmente. Na parte educacional, os gêneros digitais chegam como ferramentas de apoio pedagógico ao ensino e aprendizagem.
Outra fonte de pesquisa e inspiração veio a partir da leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais direcionados ao uso das novas tecnologias em sala de aula. De acordo com os PCN:
(...) as novas tecnologias da comunicação e informação permeiam o cotidiano, independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisadas no espaço escolar; (...) entender o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida, e nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social; (...) aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.
Percebe-se que não fica claro que os PCN mencionam explicitamente os gêneros digitais, até porque na época de elaboração dos PCN, os gêneros digitais ainda eram incipientes. Entretanto a preocupação com o uso das tecnologias em sala de aula já nos é suficiente para a sua aplicabilidade nas aulas de Língua Estrangeira.
Alguns autores também foram fundamentais na construção do referencial teórico principalmente os que contribuíram para explanar sobre o e-mail e suas características, o seu uso nas aulas de Língua Estrangeira e sua importância como gênero digital. Paiva (2005, p. 76) afirma que o e-mail “é uma ferramenta que facilita a colaboração, discussão de tópicos de trabalho e aprendizagem em grupos grandes, viabilizando a criação de comunidades discursivas, superando limitações de tempo e de espaço”. Segundo Garcia (1996 p. 87) as vantagens do e-mail são: “ser assíncrono, não requer espaço e tempo concreto para realizar a comunicação, a comunicação pode ser em grupo ou individual”, entre outras.
Ao utilizar o e-mail em sala de aula de Língua Estrangeira, o professor explora uma das habilidades presentes na aquisição da Língua Estrangeira, a escrita. Como é difícil o professor acompanhar o desenvolvimento das outras três habilidades por e-mail, a escrita eletrônica vem para substituir e complementar a escrita tradicional. José Carlos em seu blog sugere várias atividades que podem ser usadas pelo professor diretamente pelo e-mail como “recados, calendários de provas, dicas sobre o assunto em estudo, sugestões de leitura extra ou mesmo curiosidades diversas (mas relevantes educacionalmente) podem ser enviadas ao custo de “um clique” se usarmos o e-mail como forma de distribuição desses materiais.”
O autor ainda nos chama a atenção para a produção textual feita pelo e-mail. “É óbvio que o e-mail, por sua característica fundamental como ferramenta de expressão escrita, possibilita que o professor da área de Linguagem possa usá-lo para propor aos seus alunos a produção de textos.”
E diante desse contexto é necessário chamar atenção para a prática da reescrita como uma ferramenta que ajuda o aluno de Língua Estrangeira a refletir sobre a língua alvo e sua forma própria de sistematizá-la. “Com a atividade da reescrita, o professor fornece marcas no texto que levam o aluno a se deparar com suas possíveis dificuldades de competências lingüísticas, estejam elas relacionadas à coesão ou à coerência textuais. Com a prática da reescrita, o aluno passa a compreender tais dificuldades e, consequentemente, em alguns casos, a superá-las.” (Menegolo, 2005 p. 3).
Por fim, Paiva (2010, p. 107) diz que “a internet e os gêneros dela decorrentes têm exercido forte influência nas relações humanas, no exercício da cidadania, na vida cotidiana e na educação.” Ter acesso ao correio eletrônico é uma questão de inclusão social. O e-mail veio para revolucionar as relações humanas, por isso faz-se necessária uma atenção ao leque de possibilidades que este novo gênero tem a oferecer, não só no contexto social, mas também no ensino aprendizagem de Língua Estrangeira.

* Janaína Luna é especialista em língua inglesa pela FAFIRE. Graduada em Letras pela UFPE. Leciona na Escola Americana de Recife e no SENAC-PE.

** Ênio L.C. Tavares é mestrando em Ciências da Linguagem pela UNICAP. Especialista em língua inglesa, literatura em língua inglesa e psicopedagogia. Graduado em Letras pela UNICAP.
Trabalha atualmente para o SENAC-PE.

O e-mail, além de propiciar rapidez na troca de mensagens, ter como característica a gratuidade no acesso e ser muito usado, ainda possui muitas potencialidades pedagógicas a serem exploradas.
Ao utilizar o e-mail a professora cria um vínculo que vai além da sala de aula. Os recados, calendários de provas, dicas sobre assuntos, handouts, sugestão de leituras, avisos de falta, podem ser enviadas ao custo de um clique.
Em busca de fatores que pudessem confirmar a importância do uso do email no auxilio ao aprendizado da língua estrangeira, tomou-se como base a pesquisa exploratória. Definiu-se o problema e as hipóteses surgiram. O professor ficou livre para escolher as melhores técnicas e decidir sobre quais questões precisariam de atenção e investigação detalhada.
O primeiro passo foi utilizar o que Marcuschi (2004) chama de “e-mail educacional”, um e-mail que privilegia certo grupo de alunos. Com a lista de e-mails o professor divide os alunos em grupos de acordo com as turmas que estiver ensinando. Dessa forma fica fácil selecionar o material específico para envio de acordo com o nível, unidade trabalhada e necessidades da turma.
O segundo passo foi criar um “plantão de dúvidas digital”. Os alunos enviam suas dúvidas por e-mail. Essas dúvidas podem ter surgido durante as aulas ou na hora de responder as atividades. O professor pode sugerir sites contendo mais exercícios, preparar uma ficha de explicação e fazer anotações que ajudem a esclarecer as dúvidas.
Já que o aprendizado da Língua Estrangeira não se resume a uma habilidade, mas quatro, ao utilizar o e-mail como ferramenta de apoio pedagógico, o professor pode explorar a habilidade de produção textual. Escrever em Língua Estrangeira faz com que o aluno se arrisque em um novo sistema lingüístico e sem uma orientação adequada isso pode gerar um efeito contrário, ou seja, ao invés de ser estimulado, o aluno pode se frustrar frente à primeira dificuldade. Para evitar essa frustração o professor utilizará em suas atividades de produção textual a prática da reescrita.
O presente trabalho é baseado em uma pesquisa bibliográfica que contemplou tanto o professor como os alunos, já que o processo de aprendizagem ocorreu para ambos. Por meio de atividades regulares, orientadas e planejadas oferecidas pelo professor, os alunos poderão conhecer as diferentes contribuições que o e-mail oferece quando utilizado de forma a melhorar o desenvolvimento do aprendizado de uma língua estrangeira.
A seguir observa-se um exemplo dessas atividades regulares. O professor dá o tema da produção textual. Alguns alunos preferem enviar seus textos por e-mail. Ao receber o texto, o professor cria símbolos que levam o aluno a refletir sobre aspectos de coesão e coerência presentes em seu texto. Alguns símbolos que pode ser utilizados pelo professor são:
• _ que indica que a palavra precisa ser corrigida na posição em que o traço se encontra. Geralmente utilizado para indicar erros de ortografia. Esse mesmo traço, posicionado entre as palavras, significa que o aluno esqueceu uma palavra importante, um verbo, conjunção, entre outros.
• ____ um traço mais longo indica que a palavra está sendo usada erroneamente ou que sua posição está incorreta.
• Palavras como OK e emoticons =) também podem ser utilizados para estimular o aluno.
A escolha de símbolos fica a critério dos professores. O e-mail não dispõe de muitas possibilidades como a correção tradicional, mas possuirá o mesmo efeito, pois se o aluno não entende o que o professor está querendo que ele faça, ele enviará um e-mail e o professor tem total liberdade de trocar os símbolos e até mesmo acrescentar comentários que façam o aluno refletir sobre o possível erro.
Feitas as orientações, o aluno envia de volta a produção. Cabe ao professor decidir se há uma necessidade de continuar nesse processo ou de dar a resposta ao aluno. Geralmente essa troca de e-mail não passa de quatro e-mails. É importante lembrar que essa prática pode ser aplicada em produções de textos que serão apresentados em sala oralmente também.
A pesquisa bibliográfica deste trabalho abrange a leitura, análise e interpretação de livros. Todo o material recolhido foi submetido a uma triagem, a partir da qual foi possível estabelecer um plano de leitura atenta e sistemática que serviu à fundamentação teórica do presente trabalho.
Os alunos também poderão usar o e-mail, não só para as atividades propostas pelo professor, mas para fazer comentário sobre as aulas, justificar uma falta, sugerir aos colegas e professores algum site, pesquisa feita por ele e até mesmo os mais tímidos se sentirão confortáveis em se expressar por meio do email.
Baseado em uma pesquisa qualitativa, o professor procurou entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos alunos e a partir daí situou sua interpretação dos fenômenos estudados.
RESULTADOS
Diante das leituras feitas e da aplicação das atividades propostas, o professor fez com que os alunos percebessem mudanças em sua rotina de estudo, desenvolvimento de sua habilidade gramatical e melhoria na sua produção textual.
Foram criados tópicos para que fiquem mais visíveis os resultados dessa prática exposta anteriormente na metodologia.
O e-mail e o ensino da língua estrangeira
A cada lição dada em sala de aula, o professor pesquisou sobre o assunto, buscou atividades extras que pudessem complementar o que foi exposto em sala. Por meio desta prática o professor pode acompanhar quais foram as dúvidas mais frequentes, enviar mais material e ajudar aqueles alunos mais tímidos que preferem levar as dúvidas para casa a tirá-las frente a frente com os professores e colegas de sala. O envio de atividades por e-mail ajudou no desempenho dos alunos como uma forma de complementar as aulas, tirar dúvidas diretamente com o professor, melhorar o desempenho na língua estrangeira estudada e na prática de estudos diária.
Carvalho (2009, p.1) diz que “cabe ao professor de idiomas o papel de explorar as possibilidades pedagógicas da Internet, em particular dos gêneros digitais, fazendo com que estes se tornem ferramentas eficazes para ensinar os alunos a se comunicarem em língua estrangeira.”

O e-mail como forma de inclusão digital
Percebeu-se que os alunos, sujeitos da pesquisa, pertencem a uma parcela privilegiada da população que está inserida no contexto das novas tecnologias de comunicação. De acordo com Carvalho (2009, p.11) “significa que à escola cabe, portanto, explorar as habilidades desses discentes, utilizando as ferramentas tecnológicas – computador, Internet, e-mail, etc. – como apoio didático”. Segundo José Carlos Antonio em seu artigo cidadania digital, “o fato de possibilitarmos alguém a posse e o uso de um e-mail já é, de certa forma, uma maneira de promover a inclusão digital dessa pessoa.”
Apesar de não ter sido a primeira e principal função do uso do e-mail nas aulas de língua estrangeira, não é possível deixar de assinalar que a inclusão digital faz-se necessária numa sociedade em que as novas tecnologias surgem a todo o momento.

O e-mail e o processo de reescrita
A reescrita é uma forma de fazer com que os alunos se auto avaliem e utilizem esse processo para corrigir desvios de ordem gramatical em seus textos. As modificações feitas nas redações reescritas mostram que a leitura e a reflexão acerca do que escreveram na primeira versão do texto fizeram com que percebessem os desvios que deveriam ser corrigidos. Os símbolos utilizados para apontar o que deveria ser melhorado no texto ajudaram muito os alunos a entenderam perfeitamente esse processo.
Menegolo (2005 p. 2) “A importância do ato da reescritura de textos reside no fato de que provoca o dialogo do sujeito-autor com o seu produto-criado, possibilitando um relacionamento mais interativo com o seu próprio texto.”
O e-mail e o relacionamento entre professor e alunos
Com o frequente envio de atividades, o e-mail passou a ser a forma de interação mais utilizada entre os professores e alunos. Os alunos utilizaram o e-mail para comunicar sobre faltas, tirar dúvidas, pedir ajuda para trabalhos que seriam apresentados em sala de aula. Paiva (2005, p. 76) afirma que o e-mail “é uma ferramenta que facilita a colaboração, discussão de tópicos de trabalho e aprendizagem em grupos grandes, viabilizando a criação de comunidades discursivas, superando limitações de tempo e de espaço”.

Um questionário foi enviado aos alunos para verificar como essa prática de complementação de aula e trabalho de reescrita de produções textuais por meio do e-mail os ajudaram. Observou-se que todos os alunos possuem acesso ao e-mail e o acessam em uma frequência significativa. Quanto à prática de envio de e-mails, um dos aspectos negativos apontado pelos alunos foi a acessibilidade e não a prática em si. Outro aspecto apontado por um aluno foi que a prática não atendeu as habilidades de escuta e oralidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje em dia, ter acesso ao correio eletrônico é uma questão de inclusão social. As mensagens eletrônicas são hoje, possivelmente, o tipo de texto mais produzido nas sociedades letradas. O e-mail tem contribuído para a formação de inúmeras comunidades discursivas multiculturais. Especialmente na área educacional, o e-mail gerou uma revolução nas relações humanas e é preciso estar atento ao leque de possibilidades que este novo gênero tem para oferecer no ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira.
O e-mail se encaixa bem neste universo como o meio de comunicação mais popular da Internet. Prático, funcional, versátil, acessível, rápido e econômico, o e-mail conquistou milhões de pessoas de todo o mundo, promovendo e fortalecendo laços de amizade e relações profissionais, ao mesmo tempo em que, contribuiu decisivamente para a difusão e partilha do conhecimento, tornando-se uma ferramenta importante.
A convivência com os gêneros eletrônicos só tem a acrescentar na aprendizagem da leitura e escrita, desde que não se tornem únicos, mas estejam lado a lado dos outros tantos gêneros que sempre estiveram presentes na escola, na sociedade e no lar.
Com a prática de produção textual e reescrita de textos, o aluno aprende que a escrita é um processo, pelo qual eles podem explorar e descobrir seus pensamentos e ideias, e assim, produzir um texto de melhor qualidade porque estão envolvidos pessoalmente nos textos que produzem.
O produto de qualquer produção escrita será cada vez mais significativo quanto mais reflexivo tiver sido o processo do ato de escrever.
REFERÊNCIAS
• ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do E-mail, Professor Digital, SBO, 26 ago. 2009. Disponível em: . Acesso em: 24.05.2011
• BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Primeiro e segundo ciclos do ensino médio: Língua Inglesa. Brasília: Ministério da Educação, 1997. 96p. (PCNs 5ª a 8ª Séries) disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf acesso em: 24.05.2011
• CARVALHO, de Lourenço Tatiana. O e-mail como ferramenta no apoio do ensino de espanhol: uma experiência no núcleo de línguas da Universidade Estadual do Ceará. III Encontro Nacional sobre Hipertexto. Belo Horizonte, Minas Gerais. 2009.
• GARCIA, Silvestre Helena Maria. Gêneros Textuais no contexto das inovações tecnológicas. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2166-8.pdf. Acesso em 31.05.2011
• MARCUSCHI, Antônio Luiz. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia. Texto da Conferência pronunciada na 50ª Reunião do GEL – Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo, USP, São Paulo, 23-25 de maio de 2002.
• MARCUSCHI, L. E XAVIER, A. C (org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005, p.13-67.
• PAIVA, V.L.M.O. E-mail: um novo gênero textual. In: MARCUSCHI, L.A. & XAVIER, A.C. (Orgs.) Hipertextos e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.p.68-90.
• MENEGOLO, Wallace e Elizabeth. O significado da reescrita de textos na escola: a (re) construção do sujeito- autor. Publicado em Ciências & Cognição, ano 2, vol. 4, março/2005, disponível em Ciência e cognição. Disponível em: http://www.escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&view=article&id=788&catid=18:artigos&Itemid=148 acesso em: 24.05.2011.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Resenha Crítica sobre AUTOR, TEXTO e AUTORIA.




Tendo como base o artigo de Michel Foucault, apresentado em uma conferência no ano de 1970, na Universidade de Búfalo (Estado de Nova Iorque), sobre “o que é um autor”, algumas observações iniciais acerca do princípio ético da escrita contemporânea são necessárias.
O que importa quem fala? Claro que deve existir consideração pelo sujeito falante que expressa o seu pensamento e o registra em uma época. Importa, outrossim, o contexto em que se desenvolve o texto.
Se esse “texto” foi escrito por alguém que tem um nome, que se apropriou dele e se responsabilizou por ele, é óbvio que deve ser considerado. Já que houve um idealizador e um produtor, consequentemente, tem-se uma obra realizada e atribuída a alguém.
Tal discurso filosófico, político ou autoritário deu-se em um determinado tempo histórico-social e marcou um momento decisivo no campo discursivo. Faz-se necessário, pois, dizer que Foucault, em sua análise, partiu de uma época em que o autor não tinha qualquer “status” e era visto como um ilustre desconhecido.
Outro fator a ser levado em conta é que grande parte da população era analfabeta, contribuindo, dessa forma, para que a figura do autor fosse relegada ao anonimato e desconsiderada em sua função autoral.
Em outra consideração, Michel Foucault afirma ser o autor aquele a “quem se pode atribuir o que foi dito ou escrito”, conceito limitado para alguém que influencia uma cultura marcando época e deixando sinais visíveis e indeléveis dessas suas ideias, da sua presença e da sua personalidade na história, verdadeira “aura” na escala do tempo.
Autor não é um simples escritor de uma obra artística, literária ou científica, mas o instaurador de um novo espaço que se estabelece em um momento x da humanidade. Figura essa, ímpar, ou seja, não exercida de uma forma universal, importante em todos os espaços, mesclando de tal forma, vida, valores e verdades, em que, por vezes, torna-se difícil fazer a distinção entre autor e obra, em referência a texto e autor.
Claro que nem tudo que se escreve é uma obra, como nem todo discurso ou obra têm autoria. Mesmo assim, quer seja um fiador ou um signatário, o mérito é sempre o mesmo.
Textos anônimos ou renomados são sempre obras de quem projetou, arquitetou e desenvolveu algo saído do coração e de uma experiência de vida no jogo de suas relações internas.
Enfim, ter o nome de autor não é uma simples alcunha ou epíteto depreciativo, mas uma determinação honorífica a quem, por séculos, a humanidade deverá prestar preitos de gratidão.
Ainda outras conclusões podem ser acrescentadas a essa notável função-autor na sociedade: aquele, único, no gênero; um ser que une gerações na sua função transdiscursiva: um verdadeiro marco social sem fronteiras, que, mesmo afetado pela exterioridade, busca a coerência entre o seu interior e a humanidade e que nunca se apagará neste planeta, pois será um eterno cometa na história.



ORLANDI, Eni P.; LAGAZZI-RODRIGUES, Suzy (Org.).
Discurso e textualidade. Introdução às ciências da linguagem.
Campinas, SP: Pontes, 2006. p.81

Resenhado por Ênio L.C. TAVARES.

Discurso e textualidade é o terceiro volume da coleção Introdução às ciências da linguagem. Essa coleção, que reúne diversos textos sobre diferentes áreas dos estudos das linguagens, constitui um documento de fundamental importância para todos que se interessam pela área.
Organizado por Eni P. Orlandi e Suzy Lagazzi-Rodrigues, respeitadas professoras e pesquisadoras na área da análise de discurso de linha francesa (AD), o livro possui elementos essenciais para quem está sendo iniciado nos estudos de AD.
O que seguirá agora é um pensamento crítico acerca das sábias palavras de vários autores na obra Discurso e Textualidade, em especial a teórica e professora Suzy Ragazzi sobre o universo do texto e de sua autoria.
Afinal, o que é dito acerca do texto na obra? Existe autoria?
Antes mesmo do capítulo intitulado Texto e Autoria da Lazazzi, encontramos algumas considerações sobre o texto que acho importante compartilhar, uma vez que é feito um percurso histórico, que nos leva às primeiras indagações sobre o texto, objeto da oratória e da retórica, assim como era visto na Antiguidade; o seu chamado “apagamento”, com a passagem dos estudos em latim para as línguas neolatinas, que durou até depois do surgimento da Linguística Moderna, em pleno século XX, quando os estudos sobre o sistema linguístico intensificaram-se, como em Saussure (estruturalismo) e, posteriormente, Chomsky (gerativismo); e seu ressurgimento tímido em Jakobson e Hjelmslev. A partir de então, vai definir o texto como visto pela linguística textual, em suas diferentes fases. Assim também, pela análise de discurso de linha francesa, que analisa o texto em relação ao discurso, como em Michel Pêcheux, já na segunda metade do século XX.
Observando o capítulo de Suzy Lagazzi-Rodrigues, encontramos a autora sugerindo um outro recorte para o texto. De acordo com a proposta de Lagazzi, o texto deveria ser estudado sob o prisma da sua relação com a autoria. Ela, então tece considerações acerca da importância da autoria, suas concepções variadas, como vista na escola, onde ela é raramente praticada não apenas por alunos, como também por professores. Ela pontua como o texto é visto pela AD. Mostra-nos que a autoria está ligada à equivocidade da linguagem, sendo esta, princípio inerente à prática “linguageira”, a opacidade. Assim, critica a concepção de que há uma relação direta entre a transparência , palavras e ideias, o que vem a ser de fundamental importância para a questão da autoria em quaisquer linguagens.
Então, qual o foco que é dado no texto da teórica da AD sobre o autor? Para definir a função autor, Lagazzi traz a contribuição dos estruturalistas Roland Barthes e Michel Foucault, cujas ideias nos mostram que a função autor relaciona-se com a exterioridade que a constrói. Que a imagem do autor não mais é vista como uma figura constituída por inspiração. O autor perde seu patamar mítico. O autor é visto dentro da sua prática de escrever. Justamente, no momento em que a autora versa sobre a autoria na textualidade, ela observa que o efeito discursivo da unidade do texto vem da autoria, passando, esta, a ser princípio necessário ao discurso. Assim, considera que o autor se constitui no processo de construção do texto, como fora apontado por Barthes. Essa afirmação é interessante no que diz respeito à escola: é importante que se criem condições para a autoria no âmbito escolar, não limitar a criatividade do aluno, limitando assim, a sua apropriação do texto e , por conseguinte a sua autoria. É importante deixar claro que quando o aluno sente-se autor, sem as ‘castrações’ usuais da maioria dos professores, a produção de texto deixa de ser ‘maçante’ e passa a ser uma prática agradável.
A autora nos leva a uma conclusão que mais pode ser lida como um desafio. Levar a autoria para o ambiente escolar e praticá-la. Assim como, fazer uso da autoria em nossas tantas linguagens como ela bem cita logo no começo do texto. Para ela existe a autoria quando se tem a apropriação do texto e quando se pode expandir seu próprio universo sobre o texto. Salientando que as suas vivências, ideologias, conhecimentos de mundo agirão diretamente na autoria do texto. Vale pontuar aqui a riqueza e autoridade das autoras no que diz respeito à análise do discurso. Ao mesmo tempo que é uma leitura rica, é extremamente prazerosa.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

MOBILE LEARNING as part of the learning process...

(alunos turma 2011.1 20:00h)













É uma fascinante área que mantem um grande potencial por permitir que a aprendizagem seja construída através de práticas interativas significativas. Ubíquo Learning .
A mobilidade e sua incorporação na cultura e na sociedade traz novas perspectivas e desafios para a educação. O crescimento acelerado da oferta e uso dos dispositivos móveis como tablets e smartphones apresenta inúmeras possibilidades para distribuição e produção de conteúdo em formatos que exploram novas formas de aprender. São as tecnologias disponíveis e oportunidades que a mobilidade traz para a construção de um novo modelo de educação: ubíquo, coletivo e pervasivo.
(texto retirado de uma oficina do prof. Marcos Barros)








(fotos 3 e 4 alunos 2011.1 20h)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um olhar histórico sobre a leitura de textos...

O texto que segue é parte de um artigo escrito pela especialista em língua inglesa Renata da Cunha.
Também logo abaixo estará o livro que versa sobre o INGLÊS INSTRUMENTAL.O livro foi escrito por um ex-aluno meu ainda nos bons tempos do Colégio Especial Recife na década de 90. Márcio, o autor, foi meu aluno de língua inglesa. Hoje é professor de língua inglesa e escritor. Venho aqui divulgar o trabalho do querido Márcio Araújo Lins. PARABÉNS PELO TRABALHO , Márcio.
Há três séculos a leitura vem sendo utilizada como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira, entretanto, o enfoque dado a ela depende da metodologia de ensino do idioma vigente na época.
No século XVIII e meados do século XIX, o Método Clássico era o método utilizado no ensino do latim, língua mais importante da época, nos institutos de educação. Ele se centrava principalmente nas regras gramaticais, na memorização de vocabulário, na tradução de textos e na resolução de exercícios. A língua era aprendida não visando à comunicação, mas sim a proficiência na leitura em latim. Segundo Brown (2001) saber ler em um idioma estrangeiro na época era sinônimo de erudição e de sabedoria, entretanto não havia preocupação em entender como esse processo acontecia.
Na segunda metade do século XIX, atendendo os interesses vigentes da época, o Método Clássico foi substituído pelo método ‘‘Grammar Translation’’, no ensino da língua inglesa. Brown (op.cit.) afirma que o segundo pouco se diferencia do primeiro, pois o ensino da língua continuava baseado nas estruturas gramaticais e na tradução de textos. Três aspectos chamam a atenção no que diz respeito à leitura: O vocabulário era ensinado através de listas isoladas de palavras, o contexto dos textos era ignorado, pois eles eram analisados à luz da gramática e difíceis textos clássicos eram lidos por alunos iniciantes.
Desde então, novos métodos de ensino de um idioma estrangeiro surgiram. No Método Gouin, a língua é ensinada sem tradução e sem explicações gramaticais visando à habilidade oral. Neste contexto, a leitura era vista como memorização de livros clássicos traduzidos e de palavras isoladas. Já no Método Direto, o ensino da língua centrava-se nas habilidades de falar e ouvir em um idioma estrangeiro. O vocabulário era ensinado através de demonstração e a gramática intuitivamente. Quase nenhuma atenção era dispensada à leitura. Por outro lado, o Método Audio-Lingual baseava-se em teorias behavioristas centrado na fala e na audição, visando uma boa pronúncia. O objetivo da leitura era o domínio de habilidades e fatos isolados através da decodificação mecânica de palavras e da memorização pela repetição. O aluno tinha um papel passivo, era visto como um instrumento receptor de conhecimentos vindos de fontes externas.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

O USO DO BLOG FACILITANDO A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA.














Este texto é o relato de uma experiência junto aos meus alunos de língua inglesa "beginners". O nome do projeto era CUISINE FROM AROUND THE WORLD. O texto é parte integrante de um artigo que escrevi sobre o uso pedagógico dos blogs para o IX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Segue parte da metodologia.


Fabiana Komesu em seu artigo Blogs e as Práticas de Escrita sobre si na Internet, comenta que uma das principais características atribuídas aos suportes eletrônicos da internet é a questão da interatividade। Ela nos diz que se trata da interface entre o usuário e a máquina, mas também da possibilidade de contato entre o usuário e outros usuários, na utilização de ferramentas que impulsionam a comunicação de maneira veloz, com a eliminação de barreiras geográficas. A noção de interatividade na internet pode ser assim associada à questão do tempo e à do espaço. Marcuschi (2004, p.118)






O meu trabalho focou no uso dos gêneros escritos e virtuais, na interação entre os alunos de 03 (três) turmas iniciantes de língua inglesa do Centro de Idiomas do Senac Recife no período de 20 de abril de 2011 até o dia 24 de maio de 2011। O estímulo em manter um diário eletrônico com informações acerca da cultura de vários países foi o combustível para os inúmeros textos escritos pelos alunos। Os mesmos foram responsáveis pela elaboração, confecção e manutenção dos blogs, o professor os monitorou ao longo do projeto। Os alunos escreveram textos ligados ao projeto relatando as impressões e informações pertinentes sobre os países e a culinária que os marcava। Eles visitaram os blogs dos colegas e comentaram as impressões usando a língua alvo, o inglês। Ficou estabelecido que cada grupo escolhesse um país para si। Devendo escolher um prato que mais representasse aquele país. Como já havíamos trabalhado aspectos relevantes sobre diversos países em aulas anteriores, não foi tarefa tão árdua escolher um país com o qual o grupo tivesse tido alguma afinidade. Foram 03(três) turmas. Cada turma com 20(vinte) alunos em um total por turma de 5(cinco) grupos de 4(quatro) alunos pesquisando hipertextos e empenhados em encontrar o prato perfeito. Os alunos tiveram 10(dez) dias para elaborar todo o trabalho. No 11º (décimo primeiro) dia souberam a ordem de apresentação através de sorteio com todos presentes. As apresentações começaram no 12º.(décimo segundo) dia. Os alunos prepararam os pratos em sala, compartilharam receitas (gênero textual) e informações relevantes sobre a cultura do país. Cada grupo ficou responsável por reportar tudo no blog. Os alunos tiveram um prazo de uma semana a partir da sua apresentação para os últimos acertos. No total o projeto durou um mês e com palavras dos próprios alunos “já deixou saudade”.

Usando os PUPPETS para contar histórias...

Acredito que tudo possa ser utilizado , de alguma forma, como ferramenta para aguçar a criatividade dos alunos. Quando eu pensava no mês de março de 2011 em uma forma prática e significante para trabalhar a narrativa de histórias próprias, o uso dos puppets veio a minha mente. Algo simples que levasse os alunos a criar e trabalhar com os textos de forma dinâmica e que desse a chance de expressão para todos, onde não houvesse a distinção entre o mais tímido e o mais atirado, pois todos deveriam se empenhar para dar vida a seu personagem e traçar o rumo da história criada anteriormente com seus grupos.
A atividade foi um sucesso independente da idade dos alunos. Todos curtiram...